O exercício ocorre num contexto de grande tensão entre os dois países sul-americanos em torno de Essequibo, um território de cerca de 160.000 quilómetros quadrados rico em petróleo, pertencente à Guiana e que a Venezuela reivindica, após ter realizado um referendo – embora se tenha tratado de uma consulta não-vinculativa.
Na rede social X (antigo Twitter), o ministro da Defesa de Caracas afirmou que a “infeliz provocação dos Estados Unidos a favor dos ‘pretorianos’” da petrolífera norte-americana ExxonMobil, que o Governo venezuelano acusa de ter “interesses indevidos” na zona em disputa, rica em recursos naturais, representa “mais um passo na direção errada”.
“Advertimos de que não nos desviarão das nossas ações futuras para a recuperação de Essequibo, não duvidem!”, escreveu Padrino na rede social, apesar de se tratar de uma questão bilateral entre os Estados Unidos e a Guiana, alheia à Venezuela e às suas instituições.
Segundo um comunicado divulgado pela comunicação social guianesa, as missões aéreas do Comando Sul dos Estados unidos (USSOUTHCOM) com as Forças de Defesa da Guiana (FDG) assentam em operações de rotina.
O contingente militar norte-americano continuará a cooperar com a FDG nas áreas de preparação de catástrofes, segurança aérea e marítima, bem como na luta contra organizações criminosas transnacionais.
O Governo norte-americano continua, assim, empenhado na Guiana como um parceiro fiável para a sua segurança e para promover a cooperação regional, acrescentou o comunicado.
Estas manobras militares aéreas surgem um dia depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter garantido ao Presidente guianês, Irfaan Ali, o “apoio incondicional” de Washington.
Por sua vez, a Venezuela criticou na quarta-feira que a Guiana tenha “dado luz verde à presença” do Comando Sul em Essequibo.
O executivo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que a “atitude imprudente” de Georgetown abre à “potência imperial” a “possibilidade de instalação de bases militares”, com o que está “a ameaçar a zona de paz que se delineou nesta região”.
Lusa