Miguel Correia é o atual líder, com 116 pontos somados, sendo seguido por José Pedro Fontes, com 115, Ricardo Teodósio, com 108, e o detentor do título, Armindo Araújo, com 102, com os quatro a prestarem declarações numa conferência de imprensa conjunta, num restaurante de Lisboa, que serviu de apresentação do Rali Vidreiro Centro de Portugal.
“Qualquer um de nós quer ganhar, é óbvio. Não podemos ir para lá gerir resultados, dada a margem reduzida entre nós. O que mais me motiva é poder estar a discutir o título não com um, mas com três colegas que dispensam apresentações”, expressou o líder do campeonato, Miguel Correia, que não venceu nenhuma das provas.
O piloto natural de Braga tem assumido um papel de grande regularidade durante a competição, sem vitórias, mas sempre a somar pontos importantes que o colocam na liderança da classificação geral, por apenas um ponto, à entrada para a última prova.
“Vim de uma fase de aprendizagem, eu faço ralis há menos anos do que os meus colegas. Sempre disse que o objetivo era aprender e consolidar o conhecimento dos ralis. Este ano, assumi-me como candidato ao título. Os meus colegas têm projetos já de alguns anos e não precisam de o assumir, porque são sempre”, realçou ainda Miguel Correia.
Na segunda posição, somente a um ponto da liderança do campeonato, encontra-se José Pedro Fontes, que não se recorda de “estarem quatro pilotos a discutir” o título, realçando ainda o facto de serem de quatro carros e duas marcas de pneus diferentes.
“Não vamos dizer que é o mais competitivo, porque, se calhar, houve outras lutas de igual modo competitivas. É uma diferença muito pequena e tem todos os ingredientes para ser um grande espetáculo. Não me lembro de tanta gente a abordar-me e tendo entusiasmo sobre o rali. É sinal de que as pessoas seguem o campeonato”, frisou o piloto.
No Rali Vidreiro Centro de Portugal, o troço de Pombal poderá “fazer a diferença” na seleção do vencedor, uma vez que difere em relação a edições anteriores, considerou José Pedro Fontes, que analisou ainda o “bom ambiente” vivido entre os adversários.
“Temos bom ambiente entre todos, conhecemo-nos há muitos anos. Não havendo um confronto direto nos circuitos, porque os ralis têm essa vantagem, é nos troços que se decide e a luta é entre nós e o relógio, isso cria um bom ambiente”, enalteceu o piloto.
Ricardo Teodósio ocupa atualmente o lugar mais baixo do pódio, num campeonato em que teve “altos e baixos” e em que tentou ser “o mais constante possível”, procurando nesta última prova do campeonato repetir os “excelentes resultados” de edições anteriores.
“Muita gente tem-nos contactado sobre o desfecho do campeonato. A matemática é muita e vamos todos disputar o rali até ao último metro, na ‘power stage’. Penso que só aí é que vamos ter o campeão nacional de ralis, mas que ganhe o melhor”, desejou.
Detentor do título, Armindo Araújo é o piloto com menos hipóteses de obter uma nova conquista, muito devido ao acidente sofrido em Fafe, na primeira prova da época, que o afastou também do Rali do Algarve, tendo entretanto recuperado pontos e posições.
“[Depois do acidente] Tinha o ano como perdido, mas, a partir daí, foi tentar recuperar fisicamente o melhor possível. Trabalhámos bem em equipa, fomos lutando para subir na classificação. A minha tarefa é a mais simples, estou em último destes quatro e sou o que tenho menos a perder, posso arriscar mais. Só me interessa a vitória, é para isso que vou para lá e tentar ter sorte, pois dependemos de resultados externos”, apontou.
O Rali Vidreiro Centro de Portugal decorre em 13 e 14 de outubro, nas localidades de Alcobaça, Marinha Grande e Pombal, e definirá o campeão português de ralis de 2023.
Lusa