“O discurso do senhor Presidente da República foi uma reflexão particularmente interessante para aquele alerta que todos temos que estar, que é preciso antecipar as questões para tomar as boas decisões”, considerou o primeiro-ministro, António Costa, no final da cerimónia comemorativa do 113.º aniversário da Implantação da República, que decorreu na Praça do Município, em Lisboa.
Costa considerou este alerta “particularmente oportuno” uma vez que vai partir hoje para Granada, Espanha, para a III reunião da Comunidade Política Europeia e para uma reunião informal do Conselho Europeu na sexta-feira.
“Onde vamos debater aquilo que vai ser o futuro da Europa de um ponto de vista estratégico e onde há decisões fundamentais a tomar relativamente ao alargamento, é uma condição essencial para assegurar uma paz justa e duradoura na Ucrânia mas que implica, como também o senhor Presidente da República aqui disse, no caso concreto, que haja reformas na União Europeia para que este alargamento seja um caso de sucesso como têm sido todos os outros”, salientou.
O chefe do executivo lembrou que Portugal aderiu à União Europeia há relativamente pouco tempo, em 1986, e salientou a “extraordinária revolução” que o país teve desde essa data.
“E é aquilo que temos que garantir que todos os novos Estados-membros, seja a Ucrânia, sejam os países dos Balcãs Ocidentais possam fazer também esse percurso e para isso é necessário que a União se prepare para isso”, sublinhou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou hoje que as instituições internacionais e portuguesas ou “mudam a bem ou mudarão a mal”, ou seja, “tarde e atabalhoadamente”, numa intervenção na qual também defendeu que é possível ter “democracias mais fortes” caso não se opte por “esperar para ver”, pedindo reformas “a sério”.
A revolução republicana em Portugal aconteceu há 113 anos, em 05 de outubro de 1910, e pôs fim a séculos de monarquia.
O período da I República, marcado por uma forte instabilidade política, terminou com o golpe militar de 28 de Maio de 1926, que dissolve o parlamento e instaura uma ditadura militar.
Lusa