“Esperemos que exista a decisão, e muitas vezes pior do que do que tudo é não decidir e portanto, eu espero que […] nós possamos chegar a uma decisão em breve sobre esse aspeto”, disse Costa Silva na sessão de abertura da conferência “Turismo fator de coesão nacional”.
O responsável governamental lamentou que o país ande “há 50 anos a discutir a questão do aeroporto” para concluir que “Portugal não pode transformar-se numa sociedade que seja uma sociedade da indecisão”.
“Está aprovado por todos os estudos económicos que as conexões aéreas são absolutamente vitais para a economia portuguesa”, nomeadamente para o maior setor nacional, o turismo, sublinhou o ministro da Economia.
Costa Silva reconheceu que a questão do novo aeroporto “não tem a ver só com o turismo”, mas também com “múltiplos setores” e assegurou que “esse é um problema que está a ser tratado”.
O ministro respondia ao discurso inicial feito pelo presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, que sublinhou a necessidade de Portugal “ter rapidamente um novo aeroporto para receber mais turistas”.
“Já não tenho palavras e faltam-me os adjetivos para este tema. De substantivo continuamos todos à espera. Por cada dia que passa sem um novo aeroporto, maior é o valor perdido. O país já está a perder cerca de 1,5 mil milhões de euros, de acordo com o contador da Confederação do Turismo de Portugal”, disse Francisco Calheiros.
O responsável insistiu que para o país crescer é preciso um novo aeroporto e sendo esta uma decisão política “então decida-se e já”.
Francisco Calheiro foi mais longe e defender que “a solução Montijo”, uma das hipóteses que está em cima da mesa “urge a ser implementada”.
“Não podemos esperar mais tempo. É todo o país que está a perder. Sem um novo aeroporto este motor da economia que é o turismo pode começar a gripar. E depois como será? Que país teremos sem um turismo forte?", realçou o presidente da CTP.
Durante a conferência, os vários oradores sublinharam a importância do turismo para a economia nacional e as boas perspetivas de crescimento que o setor tem para os próximos anos.
À margem da conferência e sobre a diminuição da carga fiscal sobre o trabalho reclamada pelos patrões, o ministro reconheceu “ser uma preocupação do Governo que haja pessoas que não estejam a receber salários em condições” e lembrou que há um acordo com todos os parceiros para se aumentar 20% dos salários até 2026.
“É realmente uma preocupação nossa, temos de ser sensíveis à questão dos rendimentos do trabalho”, destacou.
António Costa Silva recordou que o Governo inseriu no Orçamento do Estado de 2023, “um incentivo muito forte, ou seja uma majoração de 50% com os encargos salariais, desde que as empresas aumentassem os salários acima de 5,1% e desde que valorizassem os salários médios”.
“Estou sempre disposto a ir além disto, mas são negociações complexas que estamos a fazer com todas as entidades patronais, parceiros sociais e com os sindicatos”, apontou.
Contudo, defendeu que deve existir “um equilíbrio entre a carga fiscal e a libertação do potencial produtivo do país”, admitindo que o Governo está em “condições de continuar a avançar na linha do que foi o OE2023 para valorizar os salários”.
Quanto a baixar a Taxa Social Única (TSU), o ministro disse que o Governo “já se pronunciou sobre isso, e realçou que se trata “de uma questão muito difícil”.
No entanto, disse que “há múltiplas propostas dos parceiros que estão a ser analisadas, podendo as negociações chegar a uma solução equilibrada e no caminho certo”.
A Conferência “Turismo fator de coesão nacional” foi organizada pela CTP e pela Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), com o apoio do Turismo do Algarve e do município de Albufeira.
Esta iniciativa assinala o Dia Mundial do Turismo que se celebra-se desde 1980, no dia 27 de setembro.
Lusa