“Não temos um balanço definitivo” sobre o número de mortos, mas “o número de desaparecidos ronda os 10 mil”, afirmou o responsável da FICV Tamer Ramadan, em conferência de imprensa realizada em Genebra, na Suíça.
“As necessidades humanitárias excedem em muito as capacidades do Crescente Vermelho Líbio e até mesmo as capacidades do Governo”, explicou Ramadan, que falou em direto a partir de Tunes.
“Por isso o Governo lançou um apelo à ajuda internacional e nós também vamos lançar em breve um apelo de emergência”, referiu.
A tempestade Daniel atingiu o leste da Líbia na tarde de domingo, nomeadamente as cidades costeiras de Jabal al-Akhdar (nordeste) e Benghazi, onde foi declarado recolher obrigatório e as escolas foram fechadas.
Descrita pelos especialistas como um “fenómeno extremo em termos da quantidade de água que choveu”, a tempestade Daniel já provocou também pelo menos 27 mortes na Grécia, Turquia e Bulgária.
O leste da Líbia abriga os principais campos e terminais de petróleo. A Companhia Nacional de Petróleo (NOC) declarou “estado de alerta máximo” e “voos suspensos” entre locais de produção onde a atividade foi drasticamente reduzida.
Em Benghazi, a quarta maior cidade do país, com quase 120 mil habitantes, está atualmente isolada por terra após a destruição das suas estradas e pontes devido às chuvas torrenciais, estando também sem eletricidade e sem comunicações.
Duas das suas barragens ruíram na segunda-feira, libertando um total de 33 milhões de metros cúbicos de água e deixando atrás de si áreas residenciais inteiras, pelo que as autoridades locais criaram um hospital de campanha.
Segundo o Centro Nacional de Meteorologia líbio, a precipitação ultrapassou os 400 mililitros por hora, um valor que não se registava há quatro décadas.
Lusa