As Ilhas Selvagens, no extremo sul da costa portuguesa, são consideradas um hotspot de ciguatera na Europa.
Vários relatos de intoxicação após o consumo de peixe, tanto na Madeira como nas Canárias, tiveram origem em peixe capturado nestas Ilhas.
O objectivo principal da recolha de material biológico contendo ciguatoxinas é a purificação destes compostos, essencial para o desenvolvimento de metodologias analíticas para a sua deteção e quantificação em rotina.
As ciguatoxinas são neurotoxinas naturais muito potentes que podem afetar os seres humanos após a ingestão de peixe contaminado.
As ciguatoxinas ou seus compostos precursores são produzidos por microalgas epífitas (Gambierdiscus e Fukuyoa) que entram na cadeia alimentar marinha através de peixes herbívoros, podendo atingir concentrações perigosas para o homem em organismos no topo da cadeia alimentar. Embora endémica de áreas tropicais como as Caraíbas ou a Polinésia, casos de intoxicação têm sido relatados na Europa, particularmente na Madeira e nas Ilhas Canárias.
O EUROCIGUA2 tem como objetivo claro complementar o trabalho desenvolvido na primeira parte do projeto EUROCIGUA.
O IPMA participa ativamente no EUROCI GUA 2 com a Universidade de Vigo, Espanha, na Actividade 4, que tem como principal objetivo contribuir para a plena caracterização do risco de intoxicação por ciguatera na Europa, em peixes indígenas de áreas de risco da UE como bem como nas microalgas responsáveis pela contaminação dos peixes em áreas consideradas hotspot do Arquipélago da Madeira.
A caracterização do risco de intoxicação por ciguatera implica a determinação dos análogos das CTX envolvidos na contaminação de espécies de peixes associados a casos de intoxicação humana.