Marcelo Rebelo de Sousa falava numa cerimónia na sede mundial do Imamat Ismaili, em Lisboa, em que também estiveram presentes o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, o anterior presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, entre outros.
Esta cerimónia realizou-se no dia do Imamat Ismaili, entidade supranacional liderada pelo príncipe Aga Khan, que é também a data em que foi entronizado, em 1957, então com 20 anos.
"Este é um dia de celebração e de comunhão", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado felicitou os ismaelitas "por este histórico aniversário" e considerou que o príncipe Aga Khan tem tido nestes 66 anos como líder espiritual dos ismaelitas uma "liderança brilhante, inteligente, humana, inspiradora".
O príncipe Aga Khan "assumiu como prioritária a proteção e a melhoria das condições de vida dos mais pobres, fracos, vulneráveis, num espírito de missão universalista e humanitário que convictamente celebramos e que une em comunhão todos os presentes", acrescentou.
O Presidente da República enalteceu o trabalho da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN, sigla inglesa), que, disse, "melhora a vida de centenas de milhares de pessoas dispersas por vários continentes" e está "presente em Portugal desde 1983".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, existe um "sentido fraterno de comunhão entre o Imamat Ismaili e Portugal", que estão "unidos em todos os momentos, nos bons e nos maus, sem hesitações", e convergem "na promoção e defesa da diversidade cultural e religiosa, na sua abertura à outro, no respeito pelo direito à diferença nas suas mais variadas formas".
No seu discurso, o chefe de Estado lembrou as jovens Mariana Jadaugy e Farana Sadrudin, que morreram no ataque de 28 de março ao Centro Ismaili, em Lisboa.
A comunidade ismaelita em Portugal é composta por "cerca de 10 mil cidadãos, plenamente integrados e transmissores dos valores da coragem, da inovação, da persistência, da abertura ao mundo", referiu o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou a ação desta comunidade "na educação infantil, na redução da pobreza, na inclusão económica, no fortalecimento da sociedade civil, nos cuidados com os idosos".
"Celebrarmos um futuro partilhado na defesa intransigente dos valores da tolerância inter-religiosa, dos direitos humanos, da integração multicultural, do espírito ecuménico e humanista que mutuamente nos vincula, que mutuamente nos orienta", declarou.
Lusa