O procurador de Nanterre, Pascal Prache, afirmou que, com base numa investigação inicial, concluiu que "não estavam reunidas as condições legais para a utilização da arma" por parte do agente.
Foram nomeados dois magistrados para conduzir a investigação, acrescentou Prache, que pediu a prisão preventiva do agente que alegadamente disparou contra o jovem.
A decisão sobre a medida de coação deve ser tomada por outro magistrado.
O advogado da família do jovem vítima do disparo, Yassine Bouzrou, disse à Associated Press que pretende que o agente da polícia seja processado por homicídio em vez de homicídio involuntário.
O morte do jovem de 17 anos, durante um controlo de trânsito na terça-feira, captado pelas câmaras de vigilância, fez aumentar as tensões há muito existentes entre os jovens e a polícia nos bairros sociais e noutros bairros desfavorecidos de França.
Os primeiros confrontos contra a polícia eclodiram na noite de terça-feira nos arredores de Nanterre, em Paris, onde Nahel foi morto, tendo o governo destacado dois mil polícias para manter a ordem na quarta-feira, mas os atos de violência recomeçaram após o anoitecer.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou hoje injustificáveis"as "cenas de violência" contra as "instituições da República", referindo-se aos distúrbios da última noite provocados pela reação à morte do adolescente pela polícia.
O Chefe de Estado, que falava antes do início da reunião do grupo interministerial de crise, desejou que "as próximas horas" fossem de "meditação e respeito", enquanto a família da vítima organiza uma marcha em memória do jovem morto por um polícia.
Entretanto, o ministro do Interior condenou também os acontecimentos da última noite.
"Câmaras municipais, escolas e esquadras de polícia" foram "incendiadas ou atacadas", escreveu Gérald Darmanin, nas redes sociais, frisando que a violência contra "símbolos da República" é intolerável.
"Vergonha para aqueles que não apelaram à calma", declarou o ministro, acrescentando que 150 pessoas foram detidas durante a noite.