Além de António Costa, o Governo português vai fazer-se representar pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, da Educação, João Costa, pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, e pelo secretário de Estado do Mar, José Maria Costa.
De acordo com o executivo de Lisboa, o encontro com o Governo francês terá como “objetivo reforçar o relacionamento bilateral e aproveitar as oportunidades resultantes da aposta de ambos os países na promoção da investigação, na ciência e tecnologia, nas transições energética, digital e ambiental, bem como nos oceanos”.
“Pretende-se aumentar o intercâmbio científico entre Portugal e França, dando início a uma nova fase de relacionamento entre instituições académicas, institutos científicos e empresas inovadoras. A dinamização do ensino da língua portuguesa em França e da língua francesa em Portugal será também discutida, assim como o interesse comum na preservação e no potencial dos oceanos”, assinala-se numa nota do Governo português.
Em relação à questão dos oceanos, refere-se que Portugal organizou em Lisboa a II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, cabendo a França acolher a terceira edição deste fórum, em Nice, em 2025.
A última reunião, entre os governos português e francês, realizou-se em outubro do ano passado, em Lisboa, e foi marcada pela questão das interconexões energéticas entre a Península Ibérica e a Europa.
A primeira-ministra francesa prometeu então a António Costa empenho político do Governo francês no sentido de avançar rapidamente com as interconexões elétricas e do gás à Península Ibérica.
António Costa, por sua vez, destacou que a nova rede terá capacidade para “plena utilização por via do hidrogénio”.
“Espero que na próxima reunião já haja um projeto mais formatado, de forma a obtermos o financiamento através do mecanismo europeu de financiamento das interligações. Este não é um projeto para Portugal, Espanha e França, mas a criação de um grande corredor verde para toda a Europa, em particular para apoiar os países do centro e norte da Europa, que estão neste momento a reorientar as suas fontes de abastecimento de energia, tendo em conta a anterior dependência do gás russo”, acrescentou.
Antes desta conferência de imprensa conjunta, no Museu Nacional de Arte Antiga, António Costa e Elisabeth Borne assinalaram o encerramento do programa de iniciativas culturais “Temporada Cruzada Portugal-França 2022”.
Num breve discurso, António Costa defendeu a existência de uma secular partilha de valores entre portugueses e franceses, numa Europa confrontada com uma guerra na Ucrânia, e considerou que a cultura é a melhor forma de veicular esses valores.
Lusa