António Costa falava numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente de Angola, João Lourenço, em Luanda, depois de os governos dos dois países terem assinado 13 acordos bilaterais.
Antes, o primeiro-ministro português tinha convidado o Presidente angolano para estar presente nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, sustentando que a revolução portuguesa foi um passo que também representou a libertação de Angola.
Interrogado sobre críticas que está a receber este seu convite a João Lourenço, António Costa respondeu: “O senhor Presidente da República dirigirá um convite aos chefes de Estado de todos os países africanos de língua oficial portuguesa para se associarem à celebração dos 50 anos do 25 de Abril”.
De acordo com o líder do executivo português, em certa medida, está-se perante “uma libertação conjunta”.
“Espero que todos venham a aceitar o convite formulado formalmente pelo senhor Presidente da República. Portugal e os países oficiais de expressão portuguesa têm uma História comum, que é marcada também por uma luta comum contra a ditadura e contra o colonialismo. Tivemos a felicidade de ter um processo de libertação gémeo”, defendeu o líder do executivo português.
Neste ponto, o primeiro-ministro defendeu que a luta armada de libertação dos povos africanos “contribuiu significativamente para o derrube da ditadura e o 25 de Abril de 1974 acelerou o processo de libertação de todos esses povos”.
“Por isso, celebraremos os 50 anos do 25 de Abril em 2024. Já em setembro assinalaremos os 50 anos da independência da Guiné-Bissau e em 2025 assinalaremos a independência do conjunto dos países africanos de língua oficial portuguesa”, apontou.
Ainda em resposta a críticas, o líder do executivo português disse que a questão da presença de chefes de Estado dos países africanos de expressão portuguesa “não é um incómodo mas uma satisfação”.
No início da reunião plenária entre os governos de Portugal e de Angola, a meio da manhã de hoje, António Costa transmitiu ao chefe de Estado de angolano esse convite para estar presente nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, após referir que os dois países se aproximam “de um ciclo importante do ponto de vista histórico e cultural, aspetos também basilares na relação entre Portugal e Angola”.
“No próximo ano celebram-se os 50 anos do 25 de abril de 1974 e, logo no ano seguinte [em 2025], os 50 anos da independência de Angola. Os dois eventos são indissociáveis, desde logo pelo impacto que a guerra de libertação angolana teve para o fim do regime fascista em Portugal, mas também pelo passo que o 25 de abril representou para a libertação de Angola”, considerou o líder do executivo português.
Neste contexto, o primeiro-ministro salientou que “Portugal teria todo o gosto em poder contar com Angola nestas comemorações do momento histórico”.
Um momento histórico “que nos permitiu ter entre os nossos dois países uma relação madura, sólida e fraternal”,acrescentou.
Lusa