O chefe do executivo húngaro fez tal comparação num discurso proferido na localidade de Veszprém, uma das três capitais culturais europeias de 2023, afirmando que, desde a queda do Império Romano, houve diversas tentativas imperiais de restaurar a união continental da Europa.
“Bizâncio, Carlos Magno, (o imperador) Otão, Napoleão, Hitler – todos sonharam com a unificação da Europa, embora partindo de diferentes fundamentos. E isto continua a ser assim atualmente”, declarou Orbán, referindo-se à UE.
“A existência nacional independente e a ideia do império estão presentes ao mesmo tempo; a cultura nacional e os valores europeus; a soberania e, como dizem em Bruxelas, “uma união cada vez mais forte”, acrescentou o primeiro-ministro húngaro, que se opõe às ideias de uma UE mais federalista.
Orbán, que noutras ocasiões já comparou a UE com a União Soviética, defende uma união de Estados soberanos e classifica as tentativas de uma união mais supranacional como centralizadoras.
No seu discurso de hoje, disse que a UE deverá encontrar um “delicado equilíbrio” entre a soberania nacional e a unidade ou, caso contrário, enfrentará conflitos nacionais e uma “maquinaria do poder” burocrática que abusa do poder.
A Hungria é membro da União Europeia desde 2004, mas desde que Orbán chegou ao poder, em 2010, tem travado muitos conflitos com Bruxelas, e a Comissão Europeia bloqueou milhares de milhões de euros em fundos comunitários por violações do Estado de direito no país.
Apesar das suas constantes críticas a Bruxelas, Orbán agradeceu à UE por ter nomeado a cidade de Veszprém capital cultural da Europa – com a qual, observou, se “os burocratas de Bruxelas” fossem capazes de se esquecer da sua “hungarofobia”, se poderiam criar “coisas maravilhosas”.
Lusa