Numa declaração à Lusa, o ex-governador indica não ter “ainda sido citado” para a ação cível movida pelo primeiro-ministro, António Costa.
No entanto, revela que já constituiu mandatários judiciais “tendo em vista a contestação especificada da referida petição cível, com simultânea dedução de pedido reconvencional contra o Dr. António Costa, para que publicamente se retrate das afirmações injuriosas que me dirigiu, assim repondo a verdade dos factos, arrolando eu próprio como testemunhas, entre outras, também as que o autor indicou, incluindo o senhor Presidente da República”.
O primeiro-ministro apresentou em 27 de abril uma ação cível contra o ex-governador do Banco de Portugal (BdP) Carlos Costa, na qual pede que seja condenado “a retratar-se das afirmações” sobre pressões relativas a Isabel dos Santos.
O Expresso noticiou esta quinta-feira à noite que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou ser testemunha no processo cível que António Costa decidiu avançar contra o ex-governador do BdP Carlos Costa.
Em novembro do ano passado, na apresentação do livro ‘O Governador’, o ex-governador que liderou o banco central português entre 2010 e 2020 acusou o primeiro-ministro de intromissão política junto do supervisor bancário no caso de Isabel dos Santos.
No livro, o antecessor de Mário Centeno refere que foi pressionado pelo chefe do Governo para não retirar Isabel dos Santos do banco BIC.
No dia da apresentação da publicação, António Costa insistiu que as declarações proferidas pelo ex-governador são falsas e, depois de o mesmo não se ter “retratado, nem pedido publicamente as desculpas que eram devidas”, constituiu um advogado.
No dia seguinte, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, viria a defender publicamente António Costa das acusações do ex-governador, considerando que as autoridades portuguesas atuaram em nome do interesse nacional no caso que envolveu Isabel dos Santos.