De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre janeiro e março, a população desempregada, estimada em 380,3 mil pessoas, aumentou 11,0% (37,6 mil) em relação ao trimestre anterior e 23,3% (71,9 mil) face ao trimestre homólogo.
Para a evolução homóloga da população desempregada contribuíram, principalmente, os acréscimos nos seguintes grupos populacionais: homens (42,1 mil; 29,9%); pessoas dos 35 aos 44 anos (23,8 mil; 47,1%); que completaram, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico (33,7 mil; 28,9%) ou com ensino secundário ou pós-secundário (35,9 mil; 32,5%); à procura de novo emprego (73,4 mil; 28,1%); e desempregados há menos de 12 meses (75,8 mil; 45,7%).
No que se refere à taxa de desemprego de jovens (16 a 24 anos), foi estimada em 19,6%, menos 0,3 pontos percentuais face ao trimestre anterior e inferior em 1,0 ponto percentual ao do trimestre homólogo.
No primeiro trimestre, 36,5% da população desempregada encontrava-se nesta condição há 12 ou mais meses (desemprego de longa duração), valor inferior em 5,5 pontos percentuais ao do trimestre precedente e em 9,7 pontos percentuais ao do trimestre homólogo.
Segundo o INE, a variação homóloga da proporção de desemprego de longa duração “foi impulsionada pelas diminuições entre as mulheres (11,0 pontos percentuais), no grupo etário dos 55 aos 74 anos (15,5 pontos percentuais) e entre aqueles com ensino superior (16,6 pontos percentuais)”.
Já o peso do desemprego de muito longa duração (24 ou mais meses) no desemprego de longa duração (62,6%) diminuiu 2,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e aumentou 8,9 pontos percentuais relativamente ao mesmo trimestre de 2022.
No que se refere à população empregada, no primeiro trimestre foi estimada em 4.924,7 mil pessoas e aumentou 0,4% (21,8 mil) em relação ao trimestre anterior e 0,5% (23,8 mil) relativamente ao trimestre homólogo.
Por outro lado, a correspondente taxa de emprego situou-se em 56,4%, mantendo-se em relação ao primeiro e ao quarto trimestres de 2022.
A população inativa com 16 e mais anos foi estimada em 3.537,3 mil pessoas, diminuindo 1,0% (34,6 mil) relativamente ao trimestre anterior e 1,6% (55,8 mil) em relação ao trimestre homólogo.
A subutilização do trabalho – que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis e os inativos disponíveis, mas que não procuram emprego – abrangeu, por sua vez, 680,7 mil pessoas, tendo aumentado 7,5% (47,6 mil) em relação ao trimestre anterior e 10,1% (62,5 mil) face ao trimestre homólogo.
Quanto à taxa de subutilização do trabalho, estimada em 12,5%, aumentou em relação aos dois trimestres de comparação: o anterior (0,8 pontos percentuais) e o homólogo (1,0 pontos percentuais).
A proporção da população empregada em teletrabalho, isto é, que trabalhou a partir de casa com recurso a tecnologias de informação e comunicação, foi de 17,9%, abrangendo 881,6 mil pessoas, mais 0,9 pontos percentuais do que no último trimestre de 2022.
No terceiro trimestre, a taxa de desemprego foi superior à média nacional em duas regiões NUTS II do país (Área Metropolitana de Lisboa: 8,0% e Norte: 7,6%), igual em outras duas (Alentejo e Algarve) e inferior nas restantes três regiões (Região Autónoma da Madeira: 6,5%; Região Autónoma dos Açores: 6,2%; Centro: 5,6%).
Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desemprego aumentou em todas as regiões, com exceção da Madeira, onde diminuiu 0,4 pontos percentuais, tendo o maior aumento ocorrido no Alentejo (1,7 pontos percentuais).
Já na comparação homóloga, este indicador aumentou em todas as regiões do Continente, destacando-se o acréscimo de 2,2 pontos percentuais na região Norte, e diminuiu nas regiões autónomas (Região Autónoma dos Açores: 0,4 pontos percentuais; Região Autónoma da Madeira: 1,0 pontos percentuais).
Fazendo uma comparação com a União Europeia (UE), e com dados do quarto trimestre de 2022, o INE refere que a taxa de desemprego de jovens na UE a 27 países foi estimada em 14,1%, menos 5,8 pontos percentuais do que em Portugal (19,9%), que nesse trimestre apresentou a sexta taxa mais elevada na UE-27.
Em relação ao terceiro trimestre de 2022, a taxa de desemprego de jovens diminuiu 1,2 pontos percentuais na UE-27 e aumentou 1,1 pontos percentuais em Portugal. Relativamente ao quarto trimestre de 2022, a taxa diminuiu mais em Portugal (3,5 pontos percentuais) do que na UE-27 (0,3 pontos percentuais).