“Isto é perseguição política e interferência eleitoral ao mais alto nível da história. Desde o momento em que desci as escadas rolantes douradas da Trump Tower [edifício fundado por Trump], e mesmo antes de ser empossado como presidente dos Estados Unidos, os democratas de esquerda radical – os inimigos dos homens e mulheres trabalhadores deste país – envolveram-se numa caça às bruxas para destruir o movimento Make America Great Again", escreveu na sua rede social, Truth Social.
Segundo o ex-presidente, “os democratas mentiram, enganaram e roubaram na sua obsessão de tentar ‘apanhar o Trump’, mas agora fizeram o impensável: indiciaram uma pessoa completamente inocente, num ato de flagrante interferência eleitoral”.
“Isto nunca tinha sido feito na história da nossa nação. Os democratas iludiram as pessoas inúmeras vezes ao longo das décadas, inclusivamente ao espirarem a minha campanha, mas armar o nosso sistema de justiça para punir um oponente político, que por acaso é um presidente dos Estados Unidos e, de longe, o principal candidato republicano à Presidência, nunca aconteceu antes. Nunca”, acrescentou.
O antigo líder apelou também aos seus apoiantes que lhe fornecessem dinheiro para pagar a defesa judicial. Desde 18 de março, Trump já arrecadou mais de dois milhões de dólares no âmbito da sua campanha eleitoral.
As autoridades reforçaram a segurança em torno do tribunal de Manhattan depois de o ex-presidente ter convocado protestos em todo o país no início deste mês, tal como fez antes do ataque ao Capitólio a 6 de janeiro de 2021.
Segundo o New York Times e a CNN, um júri do Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova Iorque, votou pela acusação do republicano. Trump é o primeiro ex-presidente dos EUA a enfrentar acusações criminais. A decisão oficial e os detalhes das acusações devem ser anunciados nos próximos dias.A polémica em torno de Trump poderá dividir ainda mais aquela que é vista como a nação mais poderosa do mundo.
Está previsto que, já na próxima semana, o republicano compareça perante as autoridades para que estas registem as suas impressões digitais. Está agendada, para a mesma altura, uma audiência em tribunal.
Trump é pré-candidato à presidência dos EUA nas eleições de 2024. Quando anunciou que iria concorrer ao cargo, em novembro de 2022, o ex-presidente disse que a sua candidatura pretendia “tornar a América grande e gloriosa novamente”.
A mais recente investigação a Donald Trump, envolvendo a atriz Stormy Daniels, não é a única que o ex-presidente enfrenta neste momento.
Está também em curso uma investigação criminal sobre uma alegada tentativa ilegal de anular a sua própria derrota nas eleições de 2020 no Estado da Geórgia, assim como duas outras investigações sobre o manuseamento de documentos classificados após deixar o cargo de presidente.
Os advogados do republicano, Susan Necheles e Joseph Tacopina, já garantiram que vão "lutar vigorosamente" contra todas as acusações.
Trump recebeu também o apoio de vários republicanos, incluindo o governador da Flórida, Ron Desantis, e o ex-vice-presidente Mike Pence. "Isto servirá apenas para dividir ainda mais o nosso país", defendeu este último.
Uma sondagem recente da agência Reuters revelou, porém, que cerca de 44% dos eleitores republicanos acreditavam que o recandidato à Presidência deveria desistir da corrida se fosse indiciado, o que agora acabou por acontecer.