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Imagem de Na Madeira também se aprendeu «rapidamente a lidar com a morte»
Sociedade 22 jan, 2021, 15:06

Na Madeira também se aprendeu «rapidamente a lidar com a morte»

Jovem enfermeira madeirense relata experiência nos Cuidados Intensivos de Covid-19.

Cristina Ferraz é uma jovem enfermeira madeirense que teve de “aprender rapidamente a lidar com a morte” nos cuidados intensivos de Covid-19 no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, e um dos muitos rostos de um “esforço descomunal” diário.

“Ainda não tinha cumprido um ano nos cuidados intensivos quando recebemos o primeiro doente com Covid-19, por isso, passei de uma fase em que não tinha grande contacto com a morte a ter de aprender a lidar com ela rapidamente”, conta à Lusa.

A profissional salienta que, “além da pressão” diária própria do serviço, teve de adaptar-se “à dor do uso dos fatos de proteção e à frustração de ver que o esforço feito não é suficiente para salvar uma vida”, relembrando que a região já contabiliza 31 óbitos associados à doença, apesar de a “taxa de sucesso” ser superior.

Enfermeira há quase seis anos, quatro deles na área da psiquiatria, Cristina Ferraz, de 28 anos, passou para a área de cuidados intensivos em 2019, no hospital do Funchal, onde foi destacada para a área dedicada à covid-19, após o internamento do primeiro paciente, em março de 2020.

A situação noutros países serviu para responder às dúvidas teóricas sobre o do novo coronavírus, mas Cristina considera que “ninguém está verdadeiramente preparado na prática”.

“O medo de não conseguir dar resposta às necessidades dos doentes é o mais difícil neste trabalho, além do receio de ficar infetada e trazer o vírus para os meus”, sublinha, admitindo que a sua “pouca experiência” contribui para aumentar a pressão.

Mas, a situação também a “obriga a crescer rapidamente no campo profissional”, vincando: “Tenho-me preparado ao máximo e estudo muito para ser capaz de continuar a dar resposta”.

A Madeira tem sofrido um crescimento acentuado de casos positivos de Covid-19. Entre 13 e 20 de janeiro registou uma média diária de 131 casos, contabilizando na quinta-feira 4.062 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, dos quais 1.831 estão ativos (114 importados e 1.717 de transmissão local).

Segundo o presidente da Secção Regional da Ordem dos Enfermeiros, "várias centenas" de profissionais, num universo de 2.300 com inscrição regularizada, estão a operar no combate à Covid-19, numa mobilização que tem sido gradual.

"Numa primeira fase da pandemia, a grande luta era por equipamentos. Neste momento, é por profissionais", alerta Nuno Neves, sublinhando que "não há mais por onde recrutar", pelo que é já visível um "elevado nível de desgaste" e “muito do trabalho é feito à custa de sacrifício pessoal".

Nuno Neves considera que a situação na Madeira não atingiu ainda um ponto de rotura – como em vários hospitais do continente -, em parte porque as medidas restritivas foram sempre "um pouco mais à frente", mas admite que os enfermeiros "estão a dar tudo de si".

“É difícil darmos resposta à quantidade de doentes que têm surgido. Estamos todos a fazer um esforço descomunal e, até agora, temos conseguido dar conta da situação, mas a verdade é que já estamos a ficar esgotados”, declara Cristina Ferraz.

A jovem assume que, “psicologicamente, é arrasador ver os números de infetados sempre a subir”.

“Começamos a pensar que vai haver equipas esgotadas, com o risco de aumentar o número de baixas por ‘burnout’ e, aí, vai ser difícil suportar o sistema”, confessa.

A enfermeira recorda que se sentiu obrigada a sair de casa por uns meses, com o “receio de infetar” a sua família, e que o único contacto que mantinha com os mais próximos era quando ia buscar comida da mãe, deixada na escada, dentro de um saco, com um “acenar de longe”.

Na quinta-feira, segundo os dados oficiais regionais, 67 pessoas estavam hospitalizadas, quatro delas na Unidade de Cuidados Intensivos dedicada à Covid-19 do Hospital Dr. Nélio Mendonça, o único na Madeira preparado para receber os casos mais críticos.

“As pessoas ficam assustadas porque a única companhia deles somos nós e parecemos ‘astronautas’. Eles nunca veem a nossa cara, não nos podem tocar diretamente. Faz falta porque é o que torna o cuidado de enfermagem mais humano: podermos tocar na mão do doente e dizer que vai ficar tudo bem”, explica.

Com o aumento exponencial de internados, o número de turnos extra tem acompanhado o crescimento, muitas vezes ‘obrigando’ os profissionais de saúde a fazerem o turno da manhã (sete horas e meia) e o da noite (dez horas e meia), um desgaste compensado pelo “trabalho em equipa e o exemplo dos enfermeiros mais experientes”.

A enfermeira destaca que a estrutura dos cuidados intensivos destinada à Covid-19 tem “todas as condições”, embora o fato de proteção não permita “fluidez dos movimentos”.

Quando estão a usá-los, os profissionais “não podem comer, beber nem ir à casa de banho no mínimo durante quatro horas, o tempo que o fato confere proteção”, período que pode atingir ainda outro limite no caso de a situação de um doente se agravar.

“Não podemos ir trocar ou fazer uma pausa, portanto, as quatro horas estendem-se a cinco ou seis”, afirma, admitindo que essa situação tem acontecido ultimamente com “mais frequência”.

A enfermeira já recebeu a primeira dose da vacina, uma “lufada de ar fresco” que faz “renovar a esperança” na luta contra a pandemia.

C/Lusa 

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